Saudade


Faz um mês e alguns dias que meu cachorrinho faleceu. E uma das sensações que mais tive nesse intervalo de tempo foi a saudade. Saudade de ouvi-lo andando pelo corredor no meio da noite, e tinha que coloca-lo de novo na casinha. Saudade de tomar café da manhã, e ele estar batendo com a patinha na porta de vidro, querendo entrar. Saudade de acordar as 5:30 da manhã para passear com ele antes de ir pro cursinho, e quando chegar, fazer a mesma coisa. Saudade de dar banho e ficar com ele no colo, pra pegar sol. Saudade de achar graça quando ele queria enfrentar cachorros com o triplo do tamanho dele. Saudade do charme que ele jogava para qualquer garota humana que ele via. Saudade de brincar de bolinha, de jogar coisas barulhentas. Saudade da esperteza dele. Saudade da preguiça manhosa, de vê-lo embaixo da minha janela, tomando sol. Saudade de por a roupinha de frio nele, e o teimoso tentar tirar. Saudade de ser acordada durante as manhãs de domingo, com latidos e barulhos. Saudade de vê-lo brincando com o gelo na vasilha d’água. Saudade de fazer sopa, e dar pedaços de cenoura crua. Saudade de dar banana e ele devorá-la em questão de segundos. Saudade de cantar pra ele, dançar e pular com ele. Saudade daqueles olhinhos que pareciam sempre tristes. Que pareciam que diriam adeus em breve.


Saudade.

Rótulos


Eu estava no instagram quando achei uma imagem curiosa. Uma famosa autora de livros para adolescentes repostou uma foto enviada por uma fã, que na qual continha uma passagem em que a personagem se descrevia. Prestei atenção. Ela mais dizia o que não era do que era. Lembrei-me de um livro, mais antigo desta mesma autora, com uma construção parecida. Mas não é exclusividade dela. Aos meus treze anos, diversas escritoras de fanfics amavam pôr seus alter egos, protagonistas de coque frouxo, amante de café, moletom cinza e nenhuma maquiagem.
Essas descrições faziam - e fazem oposição - ao que chamamos de padrão de beleza, ou à moda. Meninas que se maquiam são fúteis, já as que leiam livros - qualquer livro- são intelectuais. Rosa? Isso é para patricinhas! Viva o azul, o verde... Menos rosa! Cabelos lisos são para riquinhas! Nutella? Eca! Quem gosta disso é uma enjoada!
Viram quantos rótulos?
Não há problema algum em deixar de gostar ou gostar de quaisquer coisas que eu citei neste texto.  A questão é criticar os rótulos e rotular quem não concorda com você.  Fugir de etiquetas por que o bonito é ser diferente, e condenar quem gosta de andar na moda, por exemplo.
Dizer não aos rótulos vai além de defender a si mesmo. Diga não ao qualquer tipo de rótulo. Ninguém é só uma fachada.
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Escrevi esse texto após refletir sobre a hashtag #NãoAoRótulo, que a Thatu Nunes, do Lógica Feminina, um dos meus blogs favoritos, postou. :D

Recomendação: Capitu

Circense, teatral e contemporâneo. Não há melhor definição para a minissérie Capitu, dirigida por Luíz Fernando Carvalho. Baseada em uma das maiores obras da literatura brasileira, Dom Casmurro, de Machado de Assis, os 5 episódios retratam a história do livro usando elementos tanto antigos quanto novos e abusando do drama próprio do teatro, dando um toque especial a cada capítulo que se passa. Fizera-se, nesse caso, uso de duas ideias de Machado, que afirmavam que “a realidade é boa, mas o realismo não serve para nada” e “uma ópera bufa com alguns entremeios de música séria”.

"Bentinho e Capitu são criados juntos e se apaixonam na adolescência. Mas a mãe dele, por força de uma promessa, decide enviá-lo ao seminário para que se torne padre. Lá o garoto conhece Escobar, de quem fica amigo íntimo. Algum tempo depois, tanto um como outro deixam a vida eclesiástica e se casam. Escobar com Sancha, e Bentinho com Capitu. Os dois casais vivem tranquilamente até a morte de Escobar, quando Bentinho começa a desconfiar da fidelidade de sua esposa e percebe a assombrosa semelhança do filho Ezequiel com o ex-companheiro de seminário."  (Fonte: Livraria Cultura)

Os personagens são apresentados de forma direta, utilizando-se na maioria das vezes cenas curtas para tal, porém profundas. Além disso, ao longo da trama o desenvolvimento de cada um, principalmente de Bentinho, Capitu e Escobar, é bastante notório, de modo que não se perdeu uma das principais características de Machado de Assis: a ausência de personagens planas em suas obras. O texto original manteve-se, mas o conjunto de elementos na minissérie facilitam a compreensão e tornam os episódios gostosos de se assistir, e não maçantes como muitos pensariam que é, o que é um ponto importante: mesmo quem não gosta pela literatura clássica consegue se interessar – e digo isso porque vi pessoalmente uma sala inteira assistindo e reagindo aos episódios.

Além de figurinos à moda antiga, cenários completamente criativos e personagens envolventes, a minissérie conta com uma trilha sonora que engloba samba, rock, clássico e músicas de artistas nacionais e internacionais, novamente remetendo ao universalismo de Machado. A principal é o tema de Bentinho e Capitu, a música Elephant Gun da banda de Novo México, Beirut. Eu recomendo completamente (afinal, anos antes de eu assistir Capitu, essa música já era minha favorita – e tenho quase certeza que continua sendo)


Em suma, Capitu é uma das melhores adaptações de livros que já vi, e todo seu aspecto artístico faz com que os capítulos passem como danças em nossa frente. Ela te envolve, te emociona e até mesmo pode chegar a te inspirar, tamanha é a criatividade que se encontra em cada episódio. É uma boa dose de cultura e diversidade, até porque, além de reconhecermos a cultura estrangeira, é importante reconhecermos a nossa própria.

E se tiverem interesse, os episódios podem ser encontrados aqui! (o 1 e o 2 estão disponíveis só para download)!

Akumas


Nem sempre temos dias bons. Uma coisinha só e você quer quebrar tudo pela frente. Seja na escola, na faculdade, no trabalho, na rua, na tevê, nas redes sociais... Alguém discorda, te humilha, implica, perturba, enfim, o que você não daria para ter a chance de se vingar? Fazer sofrer aquele que te deixou magoado?
No desenho Miraculous, as Aventuras de Ladybug existem Akumas, pequenas borboletas enfeitiçadas por seu mestre, HawkMoth, que contaminam o coração daqueles que porventura sofreram algum tipo de constrangimento e ficaram com sentimentos ruins. Com poderes, buscam vingar-se do agressor, e impedem os mocinhos da série a libertarem-no do mal.
As borboletas negras são uma metáfora do que o desejo de vingança pode acontecer.  As emoções negativas alimentam-se com incentivos errados, de pessoas que nos conhecem superficialmente – como é o caso do vilão da série, e quando vemos, somos consumidos pela maldade.

Quando estamos “akumatizados”, deixamos de ser quem somos, ignoramos a nossa história para vivermos em função da revanche. Vale a pena brigarmos com os nossos amigos e família por conta de ideologias, partidos políticos, gênero ou opção sexual, preferências musicais, e até mesmo cantoras pop? A amizade não vale muito mais do que o prazer de estar certo?
Obviamente, algum HawkMoth nos ameaça de tirar os nossos “poderes” caso desistirmos de colaborar com ele, nos fazendo a querer tirar qualquer amigo que tenha a “miraculous” do caminho. Embora não exista nenhuma Ladybug para quebrar o seu pensamento e te libertar da borboleta, você mesmo é quem deve fazer isso. Você é que tem que ser seu super-herói e impedir que algum Akuma pouse na sua vida.
Mas como que faz?

Perdoando. Aprenda que nem todo mundo viveu a sua vida, aprendeu as mesmas coisas ou lidou com as mesmas situações. Explique o porquê que foi magoado, converse sobre o determinado ponto de vista e tente um acordo. Não deixe um HawkMoth feliz, mas liberte a Ladybug ou o Chat Noir dentro de você!

Resenha: Miraculous Ladybug



Miraculous Ladybug é uma série animada nipo-franco-coreana em formato CGI que vem fazendo sucesso mundo afora. Se passando na cidade de Paris, a história conta a vida de Marinette, que diz ser uma garota normal, e realmente vive os dramas da adolescência – é apaixonada por um garoto que é disputado por quase todas as colegas (e as cidadãs púberes da capital francesa), tem uma garota que vive pegando no pé dela, (que ainda dá em cima do seu amado!), tem uma melhor amiga que sempre a incentiva e a coloca pra cima, e por mais que seja a protagonista, se mete em confusões e furadas, como se atrasar para a aula, esquecer uma tarefa ou enviar uma mensagem constrangedora para o dono do seu coração.


A garota normal dá espaço à heroína amada pelos parisienses ao notar a presença de um ser akumatizado (explicarei mais adiante). A kwami Tikki (um serzinho fofo com mais de 5000 anos de idade) é responsável pela transformação. Ao entrar nos brincos (que são as joias miraculous da Ladybug), a transformação é feita. E lá vai a Joaninha salvar o dia mais uma vez. Mas não sozinha.
Chat Noir (Gato Preto, em francês), é o disfarce de Adrien, que não é nada mais, nada menos, que o garoto por quem Marinette tem um crush! E ainda: o bichano é apaixonado pela moça de máscara vermelha. E como a vida de shipper não é fácil, nenhum sabe quem é o outro por detrás da máscara.


A série mostra que garotas podem sim, ser heroínas, líderes e livres, e sem precisar diminuir o papel do sexo masculino. Embora haja críticas que o herói Chat é deixado de lado, o próprio criador da série já compartilhou uma análise feita por um fã que diz que o gato preto desempenha um papel diferente da heroína, mas é tão herói quanto ela. Ele a salva de ataques, destrói armadilhas e sacrifica-se por ela.  E em Miraculous, Ladybug é o Yang (que é incomum porque é frequentemente associada ao masculino). Ladybug é a líder, porque seu poder é boa sorte, o que cria e traz ordem. Chat Noir é a passivo e submisso um, porque ele é o Yin, e representa o lado negativo e escuro do espectro.
E mesmo se Chat é o submisso neste par, ele não é desvalorizado. Eles precisam um do outro  para trazer a paz e a ordem no seu mundo.
A decepção veio da expectativa errada do papel de Chat.” (Fragmento do texto original)
E é exatamente por isso que amo essa série: a mulher não precisa do “rebaixamento” de um homem para ser o que quiser. Ela simplesmente pode!
Outra diferença do desenho são os vilões: todo dia tem um diferente. Sentimentos como mágoa, rancor, inveja, entre outros, são a razão para a transformações dos vilões. O vilão principal é o misterioso Hawk Moth, provavelmente portador de outra Miraculous, que por sua vez representa a borboleta. Quando detecta sentimentos ruins, ele envia uma de suas akumas -borboletas malignas - e oferecer às vítimas poderes que o ajudarão a se vingarem. Em troca, ele deseja que as mesmas capturem as joias dos heróis, mas sempre são frustrados. Enquanto Chat os distrai ou cerca, Ladybug destrói o objeto infectado, purifica a borboletinha, e com um de seus poderes, concerta todo o estrago espalhado pelo akumatizado, que volta a ser uma pessoa comum. Quando a transformação está prestes a acabar, os heróis se escondem, para que ninguém conheça o seu segredo.
Eu poderia falar mais e mais sobre essa série maravilhosa, mas quero que você tenha uma experiência própria.
Miraculous: As Aventuras de Ladybug estreará no Brasil dia 07 de março, às 20 horas, no Gloob! :3

Outro ano perdido


O terceiro ano é considerado um dos mais difíceis em termos de futuro. Se nos anos anteriores sua única tarefa era tira notas suficientes para avançar mais uma série, este é o ano em que você vê a sua frente um novo caminho, e é lá pelo mês de outubro que você começa a andar para o desconhecido.  A palavra vestibular já começa a fazer parte da sua rotina, e cobranças sobre qual a escolha do seu curso, qual a universidade, se há campo para a sua área tornam-se comuns. A pressão vem da família, dos parentes, do colégio e pior ainda: de você.

Mas e se não deu certo?

Eu concluí o Ensino Médio em 2014, e vou prestar meu 4ͦ  vestibular no meio deste ano de 2016. Não quis e nem quero faculdade particular, não por preconceito, mas sinto que a universidade pública tem mais a oferecer – e vai exigir mais de mim.

O que pode parecer um ano e meio perdido para alguns, para mim foi um período de aprendizado, conheci os meus limites, comecei a tomar mais responsabilidade, amadureci ideias e expandi conhecimentos, além de aprender com os meus erros e corrigir pequenas falhas que eu tinha, que na escola não tive oportunidade de fazer.


O que quero dizer com tudo isso é para não se desanimarem se não passarem na primeira tentativa. Tudo tem um propósito. Não conseguiu a tão sonhada vaga?  Tire um tempo para você e reflita o que fez e o que não fez, pesquise técnicas de vestibular, estude mais ou descanse mais, se for o caso, melhore nas matérias que for mal ou até mesmo faça um teste vocacional, se preciso, e tente de novo. Não é um ano perdido: é um conhecimento ganho!

Organizando seu ano - A mágica do Bullet Journal

                Não é todo mundo que tem facilidade de se organizar. São inúmeras informações para guardar, papeis, horários a cumprir, tarefas a fazer, eventos para ir... Todo esse tipo de coisa consegue deixar qualquer um louco, principalmente quando se tem dificuldade em organização. Agendas em vão, aplicativos inefetivos, isso tudo acaba trazendo só mais dor de cabeça.
                Foi então que um americano chamado Ryder Carroll criou uma ferramenta que ele define como "uma coleção de métodos de rastreio de vida (...). Apesar de todos os apps que existem por aí, quase todo designer e desenvolvedor que conheço volta para seus cadernos quando trabalhando. É meu pequeno agradecimento à todas as pessoas incrivelmente talentosas que fazem o aprendizado livremente disponível para todos nós.". Isso mesmo que você leu, cadernos. O bullet journal não é nada mais do que um "sistema analógico para a era digital". Uma revolução baseada no "regresso".
                Mas afinal, o que tem de tão interessante nesse método? Não é a mesma coisa que comprar uma agenda em qualquer papelaria? Muito pelo contrário! O bullet journal é exatamente uma forma de escaparmos das agendas padronizadas e já feitas para serem usadas de um único jeito, e é exatamente isso que o torna tão mágico: Você monta sua própria agenda, de acordo com seu próprio estilo de vida, e não fica limitado a somente escrever algum lembrete. O bullet journal abre a mente da pessoa que o usa ao mesmo tempo que a deixa mais leve, já que tudo aquilo que você precisava organizar está em um só lugar: no seu caderninho personalizado.
               "Ih, mas isso deve ser caro..." Surpresa, não é um caderno específico que precisa ser comprado! O bullet journal só exige de você dois materiais: um caderno (brochura, espiral, com linhas, sem linhas, quadriculado, em branco, colorido, qualquer caderno que te agrade, mas de preferência no tamanho médio!) e uma caneta. O resto é da escolha do dono do bullet journal, que pode optar pelo visual journal também (se utilizando de desenhos, canetinhas coloridas, adesivos e etc.)

Meu bullet journal

               Pronto, agora você já pode começar o seu bullet journal, e é exatemente isso que esse post vai te ensinar!

              Primeiro, devemos saber que o bullet journal se devide em "blocos", e você pode ter quantos quiser, mas os fundamentais são:


  • Índice: Onde você marca as páginas de cada coisa, principalmente de quando começa seu "diário"
  • Future Logs: Onde você marca todas as datas importantes, feriados, aniversários, coisas que você já sabe que vão acontecer naquele ano.
  • Monthly Logs: Como o Future Logs, porém com relação àquele mês.
  • Daily Logs: É seu "diário", como falei ali no Index. Lá você coloca suas tarefas, eventos e toda sorte de coisa que precisa fazer/lembrar naqueles dia.










              Você também pode adicionar vários outros blocos, tais como:

  • Objetivos, ou Goals; (esse é quase um bloco fundamental)
  • Filmes e séries para ver;
  • Livros para ler;
  • Rotina de exercícios/dieta; ("Exercite-se" no meu)
  • Suas notas; 
  • Um canto da "positividade", com frases para te inspirar; ("Stay determined" no meu)
  • Projetos;
  • Tarefas diárias;
  • Lista de comprar; 
  • Habit Tracker, que mantem um planejamento de hábitos que você quer ganhar ou perder; (Costumes no meu)
            Há uma infinidade de coisas que você pode listar, sem se preocupar em carregar mais de um caderno ou ficar checando um  aplicativo o tempo todo. 


(imagem tirada do Google)


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              O bullet journal também conta com as chamadas "keys" ou "legendas", que simplifica e organiza ainda mais suas tarefas e afins:


(imagem tirada do Google)


              Vale lembrar também que o bullet journal não serve só para afazeres, mas também pode ser utilizado como forma de libertação, expressão artística e, acima de tudo, aprendizado. Você decide que rumo que pode levar.


(imagem tirada do Google)

              Confuso? Aqui estão alguns vídeos que explicam bem esse processo!




              Uma forma de se inspirar para ser bullet journal é dar uma olhadinha nesse link, nesse link e nesse link. Se seu bullet journal quiser tem um foco mais escolar, essa tag foi quem me serviu de inspiração!

(imagem tirada do Google)


              É isso, pessoal! Espero que tenham gostado da dica! E se tiverem aderido à moda do bullet journal, mande as imagens dele para nós! É sempre bom manter a inspiração em dia! 
 

Small Cute Purple Pointer