Eu estava no instagram
quando achei uma imagem curiosa. Uma famosa autora de livros para adolescentes repostou uma foto enviada por uma fã,
que na qual continha uma passagem em que a personagem se descrevia. Prestei
atenção. Ela mais dizia o que não era do que era. Lembrei-me de um livro, mais
antigo desta mesma autora, com uma construção parecida. Mas não é exclusividade
dela. Aos meus treze anos, diversas escritoras de fanfics amavam pôr seus alter egos, protagonistas de coque frouxo,
amante de café, moletom cinza e nenhuma maquiagem.
Essas descrições faziam - e fazem oposição - ao que chamamos
de padrão de beleza, ou à moda. Meninas que se maquiam são fúteis, já as que
leiam livros - qualquer livro- são intelectuais. Rosa? Isso é para patricinhas!
Viva o azul, o verde... Menos rosa! Cabelos lisos são para riquinhas! Nutella?
Eca! Quem gosta disso é uma enjoada!
Viram quantos rótulos?
Não há problema algum em deixar de gostar ou gostar de
quaisquer coisas que eu citei neste texto.
A questão é criticar os rótulos e rotular quem não concorda com
você. Fugir de etiquetas por que o
bonito é ser diferente, e condenar quem gosta de andar na moda, por exemplo.
Dizer não aos rótulos vai além de defender a si mesmo. Diga
não ao qualquer tipo de rótulo. Ninguém é só uma fachada.
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Escrevi esse texto após refletir sobre a hashtag
#NãoAoRótulo, que a Thatu Nunes, do Lógica Feminina, um dos meus blogs
favoritos, postou. :D